Pensatempo

sexta-feira, 3 de julho de 2015

A descoberta dos arquivos do terror na Guatemala

Há dez anos, no dia 5 de julho de 2005, foram encontradas mais de 80 milhões de páginas com assassinatos e desaparecimentos de oposicionistas. Desde a derrubada do governo democrático de Jacobo Árbenz pela CIA, em 1954, mais de 250 mil pessoas morreram.
 Leonardo Wexell Severo

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Lisboa: "A CIA contra a Guatemala" denuncia crimes antissindicais

Antonio Lisboa, da CUT
Secretário de Relações Internacionais da CUT sustenta necessidade de "ampliar a solidariedade"

“Precisamos amplificar a denúncia sobre os crimes antissindicais que vêm se multiplicando na Guatemala, que é hoje o caso mais grave de perseguição à organização dos trabalhadores em todo o mundo. É importante ressaltar que esta não é só uma questão de garantia de associação ou de defesa de direitos sociais e trabalhistas, mas de defender a própria vida”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

"A CIA contra a Guatemala" e o mural de Diego Rivera

Lanço no próximo dia 23 de junho, terça-feira, a partir das 18h30 na Martins Fontes, avenida Paulista, 509, meu novo livro “A CIA contra a Guatemala – Movimentos sociais, mídia e desinformação”, que traz artigos e reportagens sobre os crimes praticados pelo imperialismo no país centro americano. Ilustrada pelas belas fotografias de Joka Madruga e fortalecida com textos de Nim Sanik, Monica Fonseca Severo e Nicolas Honigesz, a publicação é fruto da minha convivência com revolucionários guatemaltecos durante um ano em Havana, de viagens a países vizinhos na América Central e de duas visitas recentes à Guatemala. Para compor a obra, escolhi dois poemas de Che Guevara e Pablo Neruda, ambos datados de 1954, ano em que a jovem democracia foi sangrentamente atacada em favor dos interesses da United Fruit Company, a Frutera, e deposto o presidente nacionalista Jacobo Árbenz.

Leonardo Wexell Severo

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A vaca tossiu: Cavalo de Tróia ou cavalo de pau?

Leonardo Severo

““Nem que a vaca tussa ou o boi espirre” é uma expressão popular utilizada por anos a fio para designar não, nunca, jamais... Assim, para dar a dimensão do impossível, a presidenta Dilma Rousseff usou durante o processo eleitoral a figura da vaca para dizer que não mexeria nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

“O que vi os israelenses fazerem em Gaza não é obra de seres humanos”

Yusif mostra o estrago de uma bomba no teto de um caminhão
Morador de Rio Branco-AC, Yusif Awni relata os 51 dias de agressão ao território palestino

Leonardo Wexell Severo

O administrador de empresas Yusif Awni El Shawwa, que vive em Rio Branco, no Acre, desde 1968, visitava a família em Gaza, entre maio e agosto, quando foi surpreendido pelos ataques israelenses ao pequeno território palestino. “O que vi os israelenses fazerem em Gaza quando bombardearam durante 51 dias por terra, ar e mar, é de uma barbárie indescritível, não é obra de seres humanos, é um criminoso e covarde terrorismo de Estado”, afirma Yusif. Em meia centena de dias, Israel matou mais de 600 crianças, ferindo gravemente ou mutilando mais de duas mil. Nesta entrevista, Yusif lembrou da heroica resistência armada, que barrou caminho às tropas nazi-israelenses e impossibilitou a invasão, destacando o papel da solidariedade internacional para garantir a paz com o reconhecimento da Palestina livre e soberana.

sábado, 8 de novembro de 2014

Desafios imediatos e históricos da comunicação dos trabalhadores

Com os companheiros Vito Gianotti e Luiza  (NPC) e Renato Rovai (Fórum)

Reproduzo abaixo a íntegra da minha intervenção no Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação, realizada sábado (8 de novembro), no Centro Cultural da Caixa, no Rio de Janeiro. 

 A falta de comunicação é o melhor ingrediente para o distanciamento. A comunicação diária, ainda que somente seja para saudar-se socialmente, garante que não haja distanciamento entre nós. E sem distanciamento não há espaço físico, nem espiritual, nem político, para que se semeie a dúvida”
Devemos programar nossas ações com estratégia, que é a luz alta, e tática, que é a luz baixa. Precisamos saber o momento de usar uma e outra constantemente. Quem não usa a baixa, tropeça com os obstáculos imediatos, e quem não utiliza a alta, não chega nunca”
General Omar Torrijos
Começo minha intervenção dando eco a essas simples - mas didáticas e esclarecedoras - palavras do general Omar Torrijos, líder que soube ampliar sua capacidade de diálogo e aumentar a consciência e a organização dos panamenhos, mobilizar seu povo e a opinião pública internacional para garantir a retomada do canal, até então ocupado por tropas militares dos Estados Unidos.
Naquele momento, muitas eram as vozes que, brandindo o argumento da “correlação de forças” expunham com os gritos do seu silêncio o medo pânico do império, principalmente numa América Latina tomada por ditaduras militares submissas até a medula. 
Os “argumentos” apresentados para o amém à superpotência eram obviamente divulgados à exaustão pelas agências internacionais de desinformação, regiamente pagas pelo Pentágono e pelas transnacionais. Reproduzidas via rádio, jornal e televisão, as mensagens – que visavam a alienação, a apatia e a intimidação -, iam desde a constatação da óbvia desproporção política, econômica e militar existente entre o gigante do Norte e o istmo, até o “alerta” sobre a divulgação da também óbvia importância do empreendimento que une os dois oceanos e as duas costas dos EUA para o governo de Washington, a fim de inibir o crescimento da campanha patriótica. Na prática, o que os ianques queriam evitar – além da perda do Canal do Panamá - era o “exemplo negativo” da retomada da luta dos povos pela sua autodeterminação, colocando uma pá de cal no governo nacionalista.
De forma ativa e altiva, Torrijos não se submeteu aos teóricos da submissão, que se encolhiam e escondiam sob o manto da “correlação de forças” – efetivamente bastante complicada, para dizer o mínimo – a fim de justificar o conformismo com a manutenção do status neocolonial que sugava as riquezas do pequeno país e subjugava o seu povo. Praticando o princípio de que “quanto mais se consulta, menos se equivoca”, e conformando uma ampla rede de comunicação estatal e alternativa, alicerçada nos países do chamado Terceiro Mundo, o líder panamenho foi à luta e venceu.
Quantos caminhos foram iluminados pela estrela da boina de Che? Quantos anos se passaram até que as bandeiras defendidas pelos Mártires de Chicago, lembradas em todos os Primeiros de Maio, ou das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, recordadas no 8 de Março, conquistassem corações e mentes? Mesmo se suas memórias não fossem lembradas como símbolo de altivez, desprendimento e humanismo, sua luta não teria sido em vão. Se a defensiva é uma péssima conselheira, a intimidação é uma péssima companheira. E a dignidade e a justiça são questões de princípio.
JURO ALTO E CORTE DE INVESTIMENTOS
Conforme a última edição da Carta Capital, “antes das férias, a presidenta Dilma autorizou a equipe a planejar um corte considerável de gastos em 2015, a fim de melhorar as finanças estatais. Em outro gesto capaz de agradar ao mercado, o Banco Central voltou a subir o juro. A taxa estava em 11% desde abril e foi a 11,25%, recorde mundial. É como resumiu um ministro sobre o segundo mandato: o governo virará à direita na economia para tentar ir à esquerda no social”.
Verdade ou não, a declaração demarca um campo e aponta para um gol contra logo no início do jogo. A proposta dos movimentos sindical e social é o oposto: redução dos juros e do superávit primário para canalizar os recursos esterilizados na especulação para vitaminar a produção, fazendo a roda da economia girar com mais emprego, salário e direitos. Pois é precisamente o fortalecimento do poder de compra quem robustece o mercado interno e torna o país mais independente das oscilações da economia mundial.
Temos que ver a negociação política e a mobilização da vontade popular como duas faces de uma mesma moeda, como parte do processo de acúmulo de forças, para que não se capitule diante das pressões da mídia, agente passiva do deus “mercado”. Fazendo uso da luz alta, de que falara Torrijos, precisamos deixar bastante clara a nossa pauta – até para fazer o contraponto ao retrocesso: fim do fator previdenciário, com o fortalecimento da Previdência pública – que vem sendo altamente prejudicada com as desonerações, particularmente para as transnacionais -, reforma agrária e mais recursos à agricultura familiar; redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais; 10% do PIB para a Educação; 10% do Orçamento para a Saúde; democratização da comunicação, reforma política e fim dos leilões do petróleo. Ao mesmo tempo, precisamos fazer uso da luz baixa, apontando para as questões mais imediatas, como é a luta contra o Projeto de Lei 4330, que liberaria para a demissão generalizada dos trabalhadores e a contratação de uma empresa de intermediação de mão-de-obra para reduzir salário, se eximindo completamente de qualquer responsabilidade trabalhista. O fato é que sem uma democratização da publicidade governamental para a mídia alternativa, nossas luzes continuarão bastante prejudicadas.
Neste momento de agudização da crise internacional, em que se amplia a desigualdade e a concentração de renda, ou investimos na conformação e fortalecimento de entidades sindicais para, junto aos demais movimentos sociais, pressionar os governos a alterarem a atual correlação de forças em prol do trabalho, ou nos submetemos pura e simplesmente à reprodução da lógica do capital.
ORGANIZADORES COLETIVOS
E, para este enfrentamento, os meios de comunicação sindical cumprirão um papel político e ideológico essencial de “organizadores coletivos”. Para tanto, é decisivo que recebam os investimentos necessários a fim de que tenham maior profissionalismo, agilidade e abrangência, e fortaleçam sua articulação com a imprensa classista.
Segundo o relatório da fundação internacional Walk Free, cerca de 35,8 milhões de pessoas neste ano encontram-se em situação de escravidão no mundo, percentual 20% superior ao registrado em 2013. Ao mesmo tempo, a concentração de renda explodiu nos Estados Unidos, sendo a maior desde os anos 20, aponta estudo de economistas da universidade de Berkeley: a parcela da riqueza possuída pelo 0,1% do topo nos EUA aumentou de 7% nos anos 1970 para 22% em 2012.
E quais respostas vêm sendo dadas a esta onda neoliberal? Na Europa, a cartilha da Troika (Banco Central Europeu, FMI e Banco Mundial) é transformar a economia dos países em pasto para os especuladores, cortando gastos sociais e reduzindo salários e direitos dos trabalhadores. O desemprego em massa, particularmente no seio da juventude, é apenas um dos trágicos resultados desta “política”.
Em contraposição a esta lógica excludente, temos países como a Venezuela, onde a nova Lei Orgânica do Trabalho dos trabalhadores e trabalhadoras (LOT) entrará em vigor em 2015. Entre outros avanços, a LOT reduzirá a jornada para 40 horas semanais. Como afirmou o vice-ministro do Trabalho da Venezuela, Elio Colmenares, a burguesia tem um modelo econômico baseado na desregulamentação da jornada, em que diz: “trabalhem enquanto possam”, premiando àqueles que fazem mais por fora do horário de trabalho. Tem um sistema de premiação e castigo baseado na demissão, um sistema que promove a alta rotatividade e os contratos por tempo determinado. É isso o que está sendo vendido como modelo a todos os países. E é contra esta lógica que nos insurgimos”.
PLADA
Para fazer o necessário contraponto à pauta do grande capital, reverberada pela grande mídia, a Confederação Sindical das Américas (CSA) construiu a Plataforma de Desenvolvimento das Américas (PLADA), em que coloca como um dos seus principais pontos que “o movimento sindical, junto a outros atores sociais do campo popular, deve ter uma participação ativa na agenda para a democratização da comunicação”, defendendo “garantias para a criação e pleno funcionamento de novos meios de comunicação para e pelos movimentos populares e organizações sindicais”.
A CSA propõe a “distribuição proporcional e igualitária dos espectros eletromagnéticos e das telecomunicações digitais nacionais entre meios comerciais, o âmbito público estatal e as organizações sindicais e sociais”, se “pronuncia radicalmente contra o latifúndio midiático nacional ou transnacional e sua ingerência política descomunal no continente”, defende “a liberdade de expressão” contra “os interesses midiáticos corporativos que só veem os meios de comunicação de massas como instrumento de rentabilidade e incidência na tomada de decisões políticas”, e rechaça “a formação de monopólios e oligopólios na propriedade e o controle dos meios de comunicação que atuam como um poder de fato na sociedade e nos Estados”.
Com esta compreensão, temos atuado em várias frentes, como na rede de comunicação colaborativa ComunicaSul, conformada por sites como o da CUT, Barão de Itararé e Diálogos do Sul, jornais Hora do Povo e Brasil de Fato, para fortalecer os mecanismos de integração, dando maior visibilidade às lutas e conquistas dos povos da nossa região. Seja na Argentina, no 7D, na luta contra o grupo Clarín e os monopólios de mídia; no Equador, com a aplicação da lei de Meios; na Guatemala e Honduras, contra os crimes antissindicais e as privatizações do patrimônio público; na Venezuela, em defesa da revolução bolivariana, ou mais recentemente na Bolívia, cobrindo a reeleição do companheiro Evo Morales e o êxito do processo de nacionalizações e estatizações, temos consolidado uma ampla rede de comunicadores sociais, contribuindo na disputa de hegemonia.
Mais do que nunca, este é o momento de fazermos valer o peso e o papel do Brasil, construindo instrumentos de comunicação e de combate da classe trabalhadora pela sua emancipação. A hora é agora!


quinta-feira, 24 de abril de 2014

“Povo venezuelano derrotou o golpe estimulado pelos EUA e sua mídia”




Afirmou Iván González, coordenador político da Confederação Sindical das Américas (CSA), entidade que representa mais de 50 milhões de trabalhadores de 53 organizações nacionais de 23 países. Na avaliação do dirigente, o problema mais sério neste momento “é a pouca capacidade do governo venezuelano de enfrentar a intensa campanha midiática que continua sendo fonte permanente de desinformação”.

Leonardo Wexell Severo


Qual a sua avaliação da situação atual da Venezuela?

Desde o início, o governo do presidente Nicolás Maduro teve uma postura clara de abordar e enfrentar os problemas. Assim que começou a violência, incitada por setores mais radicais da oposição, ele propôs uma agenda que já vinha sendo construída e estava na sua pauta, desmontando o discurso de “desabastecimento e insegurança”. Desta forma, no momento em que esse setor oposicionista se lança à “guarimba” [bloqueio violento de vias com agressões], fica evidente que esta não era uma demanda da sociedade, mas uma ação orquestrada, desestabilizadora, de caráter abertamente golpista.

De onde partiram esses ataques?

Os focos mais violentos – e alguns ainda persistem - se concentraram justamente nos municípios controlados pela oposição nas regiões mais ricas, com a cumplicidade ou envolvimento direto das autoridades locais. Este é o caso, entre outros, de San Cristóbal, no estado Táchira, fronteira com a Colômbia, onde o prefeito teve plena e comprovada participação nos crimes, e por isso mesmo está preso. Aí também houve o envolvimento de paramilitares colombianos.

Quem acompanha as notícias pelas agências internacionais vê um país à beira do colapso econômico e social. O que está acontecendo?

A realidade é que o nosso país, pois sou venezuelano, nunca foi paralisado, como tentaram nos fazer crer. A atividade econômica sempre se manteve. Salvo nas regiões das quais falei, a vida seguiu seu rumo. A população nunca respaldou a violência. Mesmo opositores que inicialmente participaram de algumas manifestações pacíficas de protesto, abandonaram as ruas quando elas mudaram de conotação.

Em que pé se encontram as negociações de paz?

Desde o primeiro momento o presidente Maduro propôs a realização de uma Conferência Nacional de Paz, convocando a participação de todos os setores oposicionistas, os empresários, a Igreja, reconhecendo os problemas do governo. Só quatro semanas depois, a oposição formal, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), se somou à iniciativa. Com isso o governo isolou o setor mais agressivo, liderado por Corina Machado, fortalecendo a autoridade do presidente, o respeito à Constituição e a condenação à violência.

A democracia sai mais fortalecida?

O governo está muito mais firme. Ampliou sua base, enriqueceu suas propostas com a contribuição de outras entidades e reforçou o compromisso com uma agenda mais inclusiva, particularmente com o setor produtivo, reforçando os acordos com a oposição democrática. Há uma agenda comum de enfrentamento à violência e à insegurança, de renovação de uma parte dos magistrados do Tribunal Superior de Justiça e do Conselho Nacional Eleitoral, que serão eleitos por ¾ do Congresso Nacional, como estabelecido na Constituição, com a participação da oposição.

Qual o papel da Unasul para o avanço do diálogo?

A Unasul teve um papel fundamental no estabelecimento do diálogo, garantindo o respeito às instituições democráticas e à soberania do país, afastando as tentativas dos golpistas de isolar a Venezuela.

Em que pé estão os problemas econômicos ainda existentes?

Há gargalos como a administração de divisas para a importação, que é uma fonte constante de especulação e de ataques econômicos. O governo estabeleceu mecanismos mais transparentes, acordados com os setores produtivos, o que vem garantindo um maior acesso a divisas, com o dólar mais barato. O objetivo é fazer com que, no médio prazo, a inflação seja reduzida.

Qual o maior obstáculo a ser superado neste momento?

Acredito que o problema mais sério é a pouca capacidade do governo venezuelano de enfrentar a intensa campanha midiática que continua sendo fonte permanente de desinformação. Quem avalia a Venezuela pelas agências de notícias vê um país mergulhado no caos, onde falta tudo, com policiais que atiram em jovens desarmados e um governo reprimindo a torto e a direito quem se manifesta pacificamente. Não dizem nada sobre o fato de que mais de metade dos cerca de 40 mortos foi fruto da ação desta oposição violenta, não da polícia bolivariana, que foi vítima de agressões. É preciso esclarecer, porque senão fica parecendo o que não é.

A quem serve esta campanha orquestrada contra a Venezuela?

Aos setores mais reacionários e belicosos da administração dos Estados Unidos. São eles que ficam instigando a oposição e criando um clima para defender sanções contra a soberania e a democracia na Venezuela. Para isso distorcem os fatos e não reconhecem qualquer avanço nos diálogos que vêm ocorrendo. Não reconhecem nem mesmo os setores de oposição que sentaram para negociar. Por outro lado, com as manipulações da mídia, estimulam e dão visibilidade aos atores mais violentos, que não querem negociação, mas defendem abertamente a deposição do governo.