No Dia do Amor e da Amizade, equatorianos reafirmam
apoio a Correa e à primavera de mudança
Leonardo Wexell Severo e Felipe Bianchi, direto de Quito, no
Equador
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Maria Malta vende flores em Quito no dia de San Valentín. |
Quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013. Dia do Amor e da
Amizade, dia de San Valentín e de encerramento das campanhas presidenciais e à
Assembleia Nacional do Equador. Observando nossos crachás de imprensa
internacional, a vendedora Maria Malta sorri em meio às rosas e ao movimento da
freguesia na esquina da Avenida Cristóbal Colón, no centro norte de Quito.
Tímida, Maria olha para a câmera e resume a sua decisão para as eleições do
próximo domingo: “Correa fez muito pelos pobres, pelos que mais precisam”.
O crescimento dos investimentos públicos, a redução
significativa da pobreza, a queda do desemprego (4,6%) e a ampliação dos
direitos são componentes decisivos para a alta popularidade do presidente, que
exclui somente – e obviamente – os especuladores, fortemente atingidos pela
renegociação soberana da dívida externa, pela política de derrubada dos juros e
ampliação do crédito. Os setores produtivos, como o de exportação de flores,
por exemplo, comemora um crescimento de 13%.
Manifestando sua felicidade por poder enviar uma
mensagem ao presidente Rafael Correa, a empregada privada Miriam Taco ressalta
que votará “com o coração e a consciência”. “As pessoas 'endinheiradas',
chamando as coisas por seu nome, não gostam de Correa, pois ele os faz pagarem
seus impostos. Rafael é do povo. Ele deu a mão para nós, o povo pobre do
Equador, e tem dado muitos benefícios à classe média. É por isso que ele tem
tanto apoio, e eu sou uma delas”.
Para o motorista de táxi Paulo Alexandre Torres, as
eleições já estão definidas porque a população reconhece os êxitos obtidos.
“Além de estar se desenvolvendo bastante nos últimos anos, graças à
qualificação e ao preparo do presidente Correa, o Equador é hoje um dos países
mais estáveis do mundo. Faço minha pesquisa aqui em Quito e, apesar de
passageiros de taxi geralmente terem uma boa condição econômica, a cada 10
passageiros, oito votam em Correa. Quem fala isso é um humilde taxista, mas que
roda muito e conhece as ruas e as pessoas”, frisou.
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O taxista Paulo Torres faz sua própria pesquisa de intenção de voto: Correa reeleito |
Taxista do aeroporto internacional, Luiz Gonzalo
discorda: “Correa tem dado muito emprego para os cubanos, médicos e
professores. Todo dia desembarcam aviões lotados. Devemos ter uns dois milhões
de cubanos neste momento no Equador”. O absurdo da declaração reproduz o
discurso preconceituoso e manipulador dos grandes conglomerados de comunicação
contra a solidariedade e a integração latino-americana e caribenha, um dos
princípios da Revolução Cidadã. Afinal, como grande parte das pessoas
reconhece, foi graças às brigadas médicas cubanas que o Equador conseguiu
mapear cada um dos seus “discapacitados”, pessoas portadoras de deficiência que
passaram a receber apoio financeiro e ajuda individual do Estado. Não por
acaso, o feito é um dos carros-chefes da admiração popular.
A jovem professora de inglês Marta Freyre também avalia
positivamente o processo de mudanças: "São muitas as melhorias, como as
estradas e os avanços na educação. Há muitos projetos, porém nem sempre a
Assembleia os apoia. Nestas eleições há muita expectativa de que Correa seja
reeleito e que dê continuidade a seu programa”.
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Marta Freyre aposta na continuidade dos avanços da "Revolução Cidadã" |
No Equador, os estrangeiros residentes há mais de cinco
anos têm direito ao voto, que para eles é facultativo. Mas para o venezuelano
“chavista” José Luiz, este é mais do que um compromisso. "Vivo há 5 anos
no país e considero muito bonito este processo, pelo qual também passou a Venezuela.
Hoje estou militando com os companheiros do Alianza Pais, com Rafael Correa,
porque creio que estes são os líderes que necessitamos na América Latina e que
estão tornando possível o projeto bolivariano de integração".
Para Luis Landerta, também militante do Alianza Pais,
"a oposição faz uma campanha suja, enquanto a nossa é de alegria. Na
verdade, não se trata apenas de uma campanha, mas de uma mudança profunda pela
qual nossas famílias vêm passando. Vivemos esta realidade, então apoiamos este
processo de Revolução Cidadã”. “Apesar dos que tentam nos desinformar e
manterem-se no poder, a maioria do povo respalda o presidente e está junto da
Revolução Cidadã. Vamos defendê-la porque é nossa”.
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Com Luis Landerta e José Luiz: Pela integração |
Mais do que em flores, o governo Correa tem apostado na
primavera de mudanças para armar politica e ideologicamente o continente contra
o retrocesso neoliberal. “Aqui já não mandam os banqueiros, a burguesia, os
meios de comunicação, os organismos internacionais, os gringos”, afirmou Correa
ao jornal El Telégrafo, na última quarta-feira (13). Sobre os próximos passos
se for reeleito, Correa citou o texto constitucional – aprovado após longa
batalha contra a direita privatista e entreguista: “Os setores estratégicos
devem estar basicamente nas mãos do Estado, a economia popular e solidária,
porém também há espaço para a economia moderna. É o que diz a Constituição”.
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