Eduardo Rolim, presidente
da Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino
Superior, defende mobilização contra o arrocho
Leonardo Wexell Severo
Aumento salarial que
corrija a defasagem de cerca de 15%, reestruturação da carreira e correção das
distorções existentes são as três principais reivindicações da Federação de
Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES-Federação)
para por fim à greve que se espalha e ganha força pelo o país.
“Estamos sem reajuste
desde 2010. Falaram que iríamos ter uma melhor relação da folha de pagamento
com o PIB, mas, ao contrário, os professores, assim como o conjunto dos servidores
públicos, estão sofrendo um retrocesso salarial”, denuncia Eduardo Rolim de Oliveira,
presidente do PROIFES.
Conforme Eduardo, “o fato
é que o governo não negocia, desqualifica e desvaloriza o serviço público com
sua política de contenção das contas públicas”. Embora o PROIFES tenha sempre
apostado no diálogo, esclareceu, “como as inúmeras promessas feitas nas mesas
de negociação ao longo do tempo foram sucessivamente descumpridas, a greve foi
o único caminho para garantir nossos direitos”.
RETROCESSO
Entre os absurdos que
chegaram a ser propostos pelo governo federal está a redução drástica dos
adicionais de insalubridade e periculosidade, o que agravaria ainda mais o
arrocho. “Felizmente conseguimos que o relator da Comissão Mista do Congresso,
Eduardo Braga, retirasse essa mudança do texto”, lembra Eduardo. No caso dos
médicos, o governo chegou a propor uma MP que dobrava a jornada de trabalho e
mantinha os mesmos valores. Unida e mobilizada, a categoria foi à greve e
derrotou o achincalhe.
“O fato é que ao priorizar
o pagamento de juros e serviços da dívida ao sistema financeiro, em detrimento
das políticas sociais, o governo tem contaminado e desfeito importantes
políticas do governo Lula. Arrochar para sobrar recursos para o superávit
primário vai na contramão das necessidades do país e do povo brasileiro”,
reforça Pedro Armengol, diretor executivo da CUT e coordenador do setor público
da CUT.
O fato é que para
implementar a política de arrocho, a negociação foi substituída pela enrolação.
“Vínhamos numa boa perspectiva de valorização dos serviços e dos servidores,
com negociações e prazos sendo respeitados. Hoje temos visto sucessivas
reuniões serem suspensas sem que o governo se posicione, o que só aumenta a
frustração e estimula o movimento grevista”, acrescentou Eduardo.
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